domingo, 28 de outubro de 2007

Crônica de Domingo

Tarde de balões e sol próspero. Aquela atenção redobrada que cuida muito mais os grilos no jardim, do que as gaivotas na árvore. Essa luz que não aceita poesia, nem combina com romances. Subtração de inspiração acontece em tardes como essa. Sem capricho ou esculturas em pedra. Uma arte crua, sem acabamentos. Valente muito mais por sua essência. É assim nas tardes de domingo...
Voltas pra casa, visitas aos tios, pensamentos de descanso e pouca indiferença. E eu aqui, tentando tardiamente concertar os erros de outrem e trocá-los por impressões de hoje. Mera ambição dessas tardes de domingo. Quando muito consigo correr átras de uma galinha e arrancar suas penas do rabo, sem conseguir agarrá-la. Demais já é quando ouso disputar barulho com as aves... Ousadia, porque elas sempre vencem com essas suas gargantas em forma de desfiladeiro (isso eu só imagino). Depois vem o cansaço e a rede na varanda, Vento na pele e pensamentos tolos, daqueles que nos fazem rir sozinhos e contorcero dorso. Então é que repousom as borboletas de fim de semana. Estas sempre mais ligeiras e divertidas, parecem sempre quererem estar reanimando as pessoas que se recostam em redes postas nas alturas. Elas devem conter algo de medicinal, é o pó das asas...
E antes que venha a noite, preparo todas as vitrines para o dia que quase vem. Eu programo tudo, usando de escessivo apuro. Procuro nas gavetas algum papel e caneta que sobraram nessas tantas mudanças. Encontro! reviro e projeto... Amanhã minha vitrine será flor de roseira e copo de leite.