domingo, 25 de novembro de 2007

Amorico Fumê.

Estou sujeita a um crime passional. Não saberei explicar como cheguei a tal estado deplorável, mas como boa pastora que sou, deixo para que examinem, as circunstâncias. Hoje, dia de presentes e velas, neguei fazer qualquer pedido. Permaneci fumeante como o fogo apagado, desaparecido após o sopro. Também estáva sumida num sumisso brando, quase esperado, um pouco derepente. Mal pude escolher meus convidados, dentro de tanta fumaça.
Sucumbia de paixão e nem mesmo sabia porque. Implorava por vida ou morte. Duelava com pombos e reis.
Avisaram-me, então, que a festa acabou. Desafogo!
Senti leveza por saber que acabara as palmas e ainda me sobrava fôlego. Meu crime era estar ali, presa naquele momento sem pontuação. Presa e solitária como um canário em sua gaiola. Criando um mundo entre grades e ilusões. Cantando os segundos. Espreitando os passos de alguém. Esperando por alguém chegar sem passos.
Não quero libertação nem cantos no meu aniversário. Não quero palmas ou fortes emoções. Não peço mais do que sentir doces segundos que antecedam e perpassam esse mesmo tempo.
Não mais que um momento pleno, de plena paixão

C.G*

Um comentário:

guilherme sanches disse...

Estou sempre a beira de um crime passional,mesmo que seja escrito.
Muito bom texto.E parabéns novamente,pelo dia de hoje e por escrever bonito assim.